Autoridades sanitárias dos Estados Unidos estão investigando 14 novos casos do zika sob suspeita de transmissão via sexual. Em dois deles, a infecção foi confirmada: são mulheres cujo único fator de risco foi ter relações com um parceiro que ficou doente após visitar regiões onde se encontra o vírus. Segundo o Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), há vários casos envolvendo grávidas, pacientes consideradas de maior risco, já que o zika está relacionado a malformações em crianças recém-nascidas.
— Nós estamos surpresos com o número de casos que estão sendo investigados — disse Anne Schuchat, vice-diretora do CDC, ao “Washington Post”. — Estamos tão preocupados que achamos importante compartilhar essa informação. Estamos encontrando mais casos do que esperávamos.
A agência americana reforçou a orientação para o uso de preservativos ou abstenção de atividade sexual, caso a pessoa viva num dos mais de 20 países da América Latina e do Caribe onde o zika está presente ou queira viajar para algum deles. Outra recomendação da instituição é para que gestantes e mulheres que estejam planejando engravidar evitem visitar áreas com incidência da doença.
CDC: MOSQUITO É O PRINCIPAL TRANSMISSOR
Apesar da preocupação com a infecção por via sexual, o CDC frisou que a principal forma de transmissão do zika é o mosquito Aedes aegypti, vetor também do vírus da dengue e da febre chicungunha. Por isso, recomenda prevenir a picada.
Os Estados Unidos divulgaram o primeiro caso de possível transmissão sexual do zika há algumas semanas. Um homem esteve na Venezuela e teria infectado a parceira ao retornar. Não há registro, até agora, de casos de mulheres que tenham transmitido o zika a seus parceiros, segundo o CDC.
No Brasil, a diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, disse ontem estar satisfeita com as medidas que vêm sendo tomadas pelo país no combate ao zika. A declaração foi feita em Brasília, após reunião com a presidente Dilma Rousseff. Margaret citou o envolvimento de Dilma e de ministros no combate ao Aedes aegypti:
— O mosquito é realmente teimoso, mas ele não vai vencer o Brasil.
Ela descartou a hipótese de o vírus atrapalhar os Jogos Olímpicos, lembrando que ainda faltam vários meses para o evento. Margaret veio ao Brasil acompanhar as ações de enfrentamento à microcefalia, incluindo medidas de prevenção, desenvolvimento de vacinas e elaboração de testes para diagnóstico. Ela esteve na Sala Nacional de Coordenação e Controle do Plano de Enfrentamento à Microcefalia.
Segundo interlocutores de Dilma, Margaret reconheceu a dificuldade que o Brasil enfrenta no combate ao Aedes aegypti, ao ser informada de que dois terços dos criadouros do mosquito se encontram nas residências.
O ministro da Saúde, Marcelo Castro, enfatizou a importância da presença da representante da OMS para que o país reforce parcerias de combate ao zika. Ele estimou em dois anos o prazo para que a vacina contra a dengue, que vem sendo desenvolvida no Instituto Butantan, esteja pronta para ser aplicada. Castro destacou ainda a possibilidade de que ela proteja contra o zika.
Via: http://extra.globo.com/
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