Parlamento russo autorizou uso de tropas para apoiar forças de Assad. Autoridade americana disse que Moscou avisou os EUA uma hora antes.
Envolvimento de Moscovo nas operações sírias confirmado pelo Kremlin no dia em que um raide aéreo atribuído ao regime de Damasco fez 27 mortos em Homs.
Depois de os EUA terem garantido esta quarta-feira que a Rússia já está a participar nos raides aéreos do governo da Síria, o Kremlin acaba de confirmar essa entrada nas operações militares.
O Ministério da Defesa russo confirmou cerca das 14h00, hora de Lisboa, que iniciou operações "contra o Estado Islâmico" em território sírio e que estiveram em causa alvos como equipamento militar, comunicações, munições e fornecimento de combustível, avança a agência Interfax
A confirmação ocorre depois de Moscovo ter garantido todo o apoio militar ao regime de Damasco. A televisão estatal dá conta de que terão sido abrangidas pelo menos sete áreas nos ataques conjuntos.
De acordo com a Reuters, Moscovo terá avisado Washington com uma hora de antecedência sobre a intenção de avançar com as operações. Quem o diz é uma fonte militar dos EUA, que acrescenta que os ataques ocorreram nos arredores de Homs.
A mesma fonte recusou fornecer mais detalhes, incluindo o número de ataques e as aeronaves envolvidas e o comando central dos EUA ainda não respondeu a pedidos de reacção.
Contudo, sensivelmente à mesma hora, a Reuters dava conta de que a força aérea síria tinha realizado um bombardeamento na mesma região de Homs, causando 27 mortos, incluindo dez crianças.
O presidente russo justificou entretanto o apoio militar dado ao regime de Damasco com a necessidade de travar a ameaça terrorista antes que esta chegue a território russo.
"Se os terroristas forem bem sucedidos na Síria, virão para a Rússia", disse o presidente russo, citado pela Reuters, no dia em que Moscovo se comprometeu a prestar todo o apoio em termos de armamento ao regime de Bashar Al-Assad.
Putin disse, num encontro governamental, que a intervenção militar russa será limitada à força aérea e apenas temporariamente. O presidente russo considerou ainda ser "possível e necessário" unir esforços internacionais para afastar os militantes islâmicos na Síria.
Esta manhã o parlamento russo autorizou Vladimir Putin a recorrer à força militar no estrangeiro, nomeadamente ataques aéreos na Síria. "Todo o armamento russo necessário será fornecido à Síria", afirmou Vladimir Khozin, porta-voz da presidência.
*Notícia actualizada às 14h04 com confirmação oficial do governo russo
0 Comentários