A caminho de um porto de abrigo no rio Buzi. Para muitas destas pessoas falta tudo: comida, água potável e abrigo. A água turva das cheias está em todo o lado. Na cidade da Beira podem encontrar também um pouco de descanso.
O olhar de Helder Fazenda perde-se no horizonte. O pensamento está na família. Tem uma t-shirt do super-homem, a única que lhe resta. O professor de matemática estaria disposto a mover montanhas para encontra comida para a mulher e filho de oito meses.
"Saí de Buzi, ontem à procura de alimentação, produtos de primeira necessidade para a minha família que se encontra sem nada para comer. Só ontem vi pacotes de bolachas que a população ia recebendo. Então recebi um pacote e entrei numa pequena embarcação e vim para a cidade da beira comprar comida para a minha família", diz
O preço da viagem da Bira à cidade da Beira custa 300 meticais, cinco euros, uma fortuna para quem não tem nada.
No meio da desgraça, há quem especule e aproveite para enriquecer. O preço dos bens de primeira necessidade dispara. O primeiro ministro de Moçambique, Carlos Agostinho do Rosário, deixa um aviso aos oportunistas. "Criticar e desencorajar sobretudo aqueles comerciantes que se aproveitam da desgraça da população e elevam o preço dos produtos. Não queremos isso, vamos fiscalizar, vamos reforçar a fiscalização. Queremos que os comerciantes, os agentes económicos possam ser incluindos nesse movimento de solidariedade", declarou.
A ajuda internacional chega ao terreno. Os países lusófonos estão entre os mais sensíveis ao desastre que se abateu sobre Moçambique.
Angola foi uma das nações que enviaram auxílio, 100 técnicos de saúde e material médico, fazem parte da ajuda de Luanda.
As 26 toneladas de bens alimentares e medicamentos doados pelos angolanos aos moçambicanos vão também servir para prevenir epidemias.
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